sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Museus brasileiros estão em estágio inicial na web

Por Denise Eler em Webinsider

Os museus brasileiros de forma geral estão ainda no início da espiral evolutiva das formas de presença online: têm aparência amadora, fazem uso exaustivo de texto e têm pouca presença online além de seus sites.

PRESENÇA ONLINE DOS MUSEUS DE CIÊNCIAS BRASILEIROS


Dados da Pesquisa / Denise Eler / 2008

Aplicação da Espiral Evolutiva na análise das formas de presença online de museus de ciências brasileiros.

A Espiral Evolutiva das Formas de Presença Online é um instrumento de análise teórica que elaborei para melhor visualizar a relação conceitual e hierárquica dos quatro níveis de presença descritos nos quadros anteriores. A vantagem deste gráfico é a visualização comparativa dos quatros níveis simultaneamente. Os níveis de interatividade crescem para as extremidades dos eixos.

No segundo gráfico, podemo ver a aplicação do instrumento na visualização do cenário brasileiro:

- Como pode ser visto na figura, a grande maioria dos sítios de museus de ciências brasileiros ainda limita-se ao papel primário de divulgação do museu físico na internet (Nível 1).

- Nível 1 - Dos que se encontram nesta situação, 47% estão na categoria 1B, ou seja, além de fornecer as informações básicas sobre o museu, como endereço e horários de funcionamento, ainda mantêm o sítio atualizado com informações sobre eventos, notícias, avisos etc. São sítios dinâmicos, de atualização constante.

- O segundo nível evolutivo é ocupado por 20% dos sítios - aqueles que oferecem serviços complementares à visita presencial. Na maioria dos casos, o formato dos documentos é textual ou imagético estático.


- Nível 3 - Apenas 5% dos museus estudados oferecem algum tipo de interação social em seus sítios. Exemplo desta categoria: Bioespaço

- Por último, como era de se esperar pelos resultados anteriores, não foi encontrada nenhuma manifestação de presença online característica do quarto estágio evolutivo – Apropriação do Museu pelo Público ou Museu-Fórum.

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Alguns exemplos cada categoria:

Nível 1

MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL - Universidade Federal de Alagoas (Maceió-AL).

http://www.abcmc.org.br/mhn/


BOSQUE DA CIÊNCIA - INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Manaus-AM) http://bosque.inpa.gov.br/


PARQUE BOTÂNICO DO CEARÁ
http://www.sfiec.org.br/meioambiente/parque_botanico.asp


MUSEU VIVO DA MEMÓRIA CANDANGA

Secretaria de Cultura (Brasília-DF).
http://www.sc.df.gov.br/paginas/museus/museus_02.htm


NÚCLEO DE CIÊNCIAS -
PROEX/Universidade Federal do Espírito Santo (Vitória-ES). http://www.ufes.br/~nucleoc


NUDEC-NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS Universidade Federal de Goiás (Goiânia-GO):
RIDEC-Rede Integrada para o Desenvolvimento e Ensino de Ciências (denominação antiga)
http://www.fe.ufg.br/nudec3.html


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Nível 2


MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI - CNPq (Belém-PA). http://www.museu-goeldi.br


CASA DA CIÊNCIA
– UFRJ - http://www.cciencia.ufrj.br/

ESTAÇÃO CIÊNCIA - USP http:://www.eciencia.usp.br


ESPAÇO CIÊNCIA VIVA - PUC-RJ http://www.cienciaviva.org.br/


MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS
- Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
http://www.fzb.rs.gov.br/museu/

NÚCLEO ANTÁRTICO DA UFSM – RGS - Universidade Federal de Santa Maria
http://www.ufsm.br/antartica/


.....


Nível 3


LADIF – LAB. DIDÁTICO DO INSTITUTO DE FÍSICA – RIO DE JANEIRO - RJ

http://omnis.if.ufrj.br/~ladif/ladif.html


MUSEU DO UNIVERSO -
Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro- RJ
http://www.rio.rj.gov.br/planetario/

MUSEU DA REPÚBLICA - IPHAN MINISTÉRIO DA CULTURA - RJ

http://www.museudarepublica.org.br/ e http://www.republicaonline.org.br – Patrocínio da Petrobrás


SANTUÁRIO ECOLÓGICO DE PIPA
- Tibau do Sul RN http://www.ecopipa.com.br


ESCOLA DO FUTURO
- Cidade Universitária São Paulo http://www.lect.futuro.usp.br/


A Espiral Evolutiva das Formas de Presença Online


Os museus brasileiros de forma geral estão ainda no início da espiral evolutiva das formas de presença online: têm aparência amadora, fazem uso exaustivo de texto e têm pouca presença online além de seus sites. Publicado no Webinsider

Analisando a presença online dos Museus - Categorias de Análise




quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Afinal, o que é um MUSEU-FÓRUM

O conceito de Museu-Fórum, em oposição a Museu-Templo [1] foi introduzido por Cameron em 1971, mas, ao contrário do que seria esperado, em mais de trinta anos decorridos de sua publicação, as questões abordadas pelo autor continuam pertinentes. A despeito da crise de identidade que acometeu os museus após a Segunda Guerra Mundial, Cameron destaca o surgimento dos Centros de Ciências e sua abordagem interativa dos objetos, sem, contudo, armazenarem uma coleção ou realizarem pesquisas originais, e, ainda, o grande número de atratividades oferecido por muitas instituições, atestando a indefinição do que seria a função social dos museus. Para o autor, os protestos contra museus e galeria de arte ocorridos na década de setenta, refletiam a necessidade de restabelecer os fóruns na sociedade, onde debates, experimentações e confrontos pudessem ocorrer livremente. No entanto, não bastaria reformar o Museu-Templo criar um novo estabelecimento dedicado às atividades do Museu Fórum, afim de que o primeiro não roubasse a vitalidade e autonomia do segundo.


Embora separados física e administrativamente, os museus deveriam compartilhar os serviços comuns e o público. Quando obrigados a coexistir na mesma estrutura, Cameron recomendava que fossem criadas separações visuais e distinções psicológicas entre os dois, usando modificações na arquitetura e na sinalização. As funções dos dois lugares deveriam estar muito claro na mente dos visitantes, curadores, diretores, sustentadores e agências financiadoras da instituição. (CAMERON, 2007, p.71). Os eventos do Fórum deveriam ser divulgados para a grande massa e se integrar aos circuitos de comunicação eletrônica, criando igualdade de oportunidades culturais, pois, “a sociedade não toleraria mais instituições que, fosse na aparência ou na atuação, servissem a uma audiência minoritária da elite (CAMERON, 2007, p.72)”. A pluralização do museu era, para Cameron, uma resposta às necessidades da sociedade, onde a instância Fórum asseguraria que novas e desafiantes percepções da realidade pudessem ser vistas e ouvidas por todos, renovando, por conseqüência, a instância Templo, numa relação processo-produto.


“Em termos práticos e específicos, estou propondo não apenas espaços de exibição e encontros abertos a todos, mas também programas e fundos para aqueles que aceitarem sem reservas as mais radicais inovações nas formas de arte, as mais controversas interpretações da história, de nossa própria sociedade, da natureza do homem, ou, o mais importante, da natureza de nosso mundo”. (CAMERON, 2007, p.69). (tradução minha)

“O sistema acadêmico de classificação, que constitui um indecifrável código para a maioria dos visitantes de museus, deve ser igualmente substituído, ou melhor, ser complementado pela interpretação das coleções baseada na provável experiência e conhecimento da audiência do museu. (...) A história social e a percepção dos antropologistas devem ser usados para desenvolver técnicas de interpretação que coloquem as coleções e, especialmente, os “tesouros” do museu, em uma perspectiva mais realista.” (CAMERON, 2007, p.67). (tradução minha)
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Em minha pesquisa, este modelo conceitual de museu emergiu como uma resposta pertinente às demandas da atualidade por agências mediadoras entre sociedade e organismos decisórios.
Fica para outro post.


[1] Para Cameron, em termos de suas funções sociológicas, o museu se parece mais com uma igreja do que com uma escola, uma vez que ele provê oportunidade para a reafirmação da fé; é um lugar para experiências íntimas e privadas, embora compartilhadas com muitos outros; é, conceitualmente, o templo das musas (...).

sábado, 4 de outubro de 2008

Escultura cinética no BMW Museum

Este post foge um pouco do tema deste blog (Museus Fórum), mas vale a pena ver este vídeo.